sábado, 3 de maio de 2014

A VIDA (QUASE) SECRETA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

A VIDA (QUASE) SECRETA
 DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

A paulistana Maria Eugênia é dona de casa, tem 64 anos e um único neto, o Luís Felipe, que neste mês completa doze anos de idade. O Luís Felipe é cego. 

Na opinião da Maria Eugênia: "O preconceito contra quem tem deficiência é enorme, a desinformação sobre o assunto é geral e as medidas realmente inclusivas quase não existem. O discurso do governo é um e a prática é bem outra. Muitas ações para a imprensa ver, mas que nem de longe atendem às reais necessidades de quem tem deficiência". 

...O consultor, palestrante em acessibilidade e ativista Flávio Scavasin tem 53 anos, é formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e dono de um consistente currículo que inclui a gestão do Parque Villa-Lobos, em São Paulo. É monocular, ou seja, enxerga com apenas um dos olhos, e utiliza uma prótese em uma perna. Para fazer um teste de empregabilidade e comprovar o que já é mais do que sabido, Flávio digitou seu currículo para uma das melhores vagas oferecidas pela mais conhecida agência de empregos online do país. Ao colocar sua deficiência, a vaga simplesmente desapareceu!!! Mas voltou, como mágica, assim que ele digitou o mesmo currículo sem mencionar a deficiência...

Flávio Scavasin brinca que, se nos anos 1970 só o que os governos faziam no Brasil era construir estradas e aeroportos pela visibilidade que traziam, estamos agora na década dos eventos e é um atrás do outro. Só que, infelizmente, o que se nota é que, cada vez mais, os encontros, debates, seminários e simpósios sobre inclusão têm sido apresentados por quem não tem deficiência e, também cada vez mais, para plateias formadas em sua quase totalidade por pessoas sem deficiência. Em um meio onde quase não existe luta por direitos básicos, como esperar mudanças efetivas se a já pequena participação dos maiores interessados parece diminuir? Às vezes, nada é mesmo tão ruim que não possa piorar.  

Fonte: Blog Outros Olhares
via E-mail Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Bahia - COEDE/
Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - SJCDH

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