DESPERTAR É PRECISO
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NO CAMINHO COM MAIAKOVSKI
Por Eduardo Alves da Costa
[...] Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim,
E não dizemos nada.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam nosso cão,
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
BERTOLD BRECHT - Depois de Maiakovski…
Primeiro levaram os negros.
Mas não me importei com isso.
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários.
Mas não me importei com isso.
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis.
Mas não me importei com isso.
Porque não sou miserável.
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