sábado, 14 de junho de 2014

A SÍNDROME DO SAPO FERVIDO


                                       
                                                            Texto original:  Charley Gil

É inegável a velocidade e a intensidade das transformações sociais, políticas e econômicas em todo o mundo e, particularmente, no Brasil e em Jequié.

É fácil concordar com esta colocação, como observador do nosso cenário. Mas o que tem sido feito, pelas ONGS, Associações, Sindicatos de Trabalhadores, Conselhos e pelos Movimentos Sociais, para enfrentar estas mudanças tão turbulentas? Que respostas têm sido dadas às pressões do ambiente externo? Estamos mudando as nossas ações, e principalmente, o comportamento das pessoas a nossa volta, para enfrentar e vencer este desafio do mundo capitalista, globalizado do consumismo, e o mundo dos nossos políticos? Estamos acreditando na participação e na força transformadora de cada pessoa? Mobilizando e organizando grupos de pessoas, potencializando a capacidade de gerar mudanças? Transformando as pessoas a nossa volta em mais maduros e conscientes, capazes de encontrar soluções para os seus próprios problemas? Mobilizando-os a gerar reflexão sobre as questões de suas necessidades básicas de saúde, educação, transporte, trânsito, segurança, serviços públicos...?


Vários estudos biológicos provaram que um sapo colocado em um recipiente, com a mesma água de sua lagoa, fica estático durante todo o tempo em que aquecemos a água, até que ela ferva. O sapo não reage ao gradual aumento da temperatura (mudanças do ambiente) e morre quando a água ferve. Inchadinho e feliz. No entanto, outro sapo, jogado nesse mesmo recipiente já com água fervendo, salta, imediatamente, para fora, meio chamuscado, porém, vivo!
Existem pessoas que têm comportamento similar ao do SAPO FERVIDO. Não percebem as mudanças, acham que está tudo bem, que vai passar que é só dar um tempo... e, muitas vezes, fazem um grande estrago em si mesmas, "morrendo" inchadinhas e felizes, sem, ao menos, ter percebido as mudanças.

Outras, ao serem confrontadas com as transformações, pulam, saltam, em ações para implementar as mudanças necessárias. Encorajam-se, diante dos desafios, buscam a melhor saída para a solução dos problemas, tomam atitudes.


Há muitos "sapos fervidos", que não percebem a constante mudança do ambiente à sua volta e se acomodam, à espera de que alguém resolva tudo por eles (enquanto ficam de olho no Big Brother Brasil, nas novelas...); esquecem-se de que mudar é preciso, principalmente, se essa mudança beneficia toda uma coletividade. Essa teoria encaixa-se em todas as situações de nossa vida: pessoal, afetiva e profissional.


Devemos ter a consciência de que, além de sermos eficientes (fazer certo as coisas), precisamos ser eficazes (fazer as coisas certas), criando espaços para o diálogo, o compartilhamento, o planejamento, o espírito de equipe, delegando, sabendo ouvir, favorecendo o nosso próprio crescimento e o daqueles com quem convivemos, seja na família, no trabalho ou na comunidade em geral.


O desafio maior, nesse mundo de mudanças constantes, está na humildade de atuar de forma coletiva. Precisamos estar atentos para que não sejamos como os sapos fervidos.  Pulemos fora, antes que a água ferva. O mundo precisa de nós, meio chamuscados, mas vivos, abertos para mudanças e prontos para agir.


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