sábado, 10 de outubro de 2015

Avaliação das dificuldades de aprendizagem: entre a equipe multidisciplinar - Gilmar de Oliveira



Avaliação das dificuldades de aprendizagem: 
entre a equipe multidisciplinar       

                                                                  Por Gilmar de Oliveira

 Comprei uma briga. Mais uma. Agora foi com uma escola onde um paciente meu precisou de adaptação simples (caderno-fichário) para solucionar um problema com sua atenção e sua
motricidade, situação que acabou num ataque de autoritarismo por parte dos profissionais da escola dele e na destruição da auto-estima do menino. 


...Ao invés de trabalharem no sentido de analisarem as queixas, o procedimento da escola e da Secretaria de Educação do Município foi de coagir, pela ordem: o aluno, o pai e o psicólogo do menino.

...Para algumas escolas que ainda vivem na pré-história, sempre deve haver culpados. De preferência aqueles elementos que incomodam que mostram que a sacrossanta unidade escolar tem falhas, como qualquer instituição, como eu e você. Por pouco não paramos num instrumento de tortura medieval.

Nem respondi sobre o que disseram de mim. Enviei laudo há dois anos, nada foi feito, a não ser intimidarem o aluno. Para quê enviar novo laudo para quem não sabe o que fazer com eles?

...Todo aluno aprende, desde que veja sentido no conteúdo, que se perceba nele, que alguém entenda sua dificuldade e explore suas capacidades.

Com plano pedagógico que inclua jogos, atividades lúdicas, interação e proximidade entre educador e educando, com atividades diferenciadas que desenvolvam habilidades do aluno não há quem não aprenda, não há quem não ganhe uma nova habilidade a cada conteúdo.


Este projeto geralmente é rejeitado por professores que ainda acreditam que alunos aprendem com a mera  repetição do conteúdo nas aulas de reforço. Se não aprende, lavam as mãos e o aluno reprova ("tudo" foi feito). Despreza-se o lúdico e o estímulo de habilidades que fundamentem o novo conhecimento, como se despreza o aluno se o plano B da recuperação não dá certo.

...Sugiro que se comece pela boa-vontade em perceber que todo aluno aprende a seu modo e pelo questionamento do manejo didático do professor que perde a paciência com o aluno.
Sugiro também que se construa uma máquina do tempo: devolvam o modelo de escola atual ao passado, o laudo do meu aluno ao presente e tragam do futuro uma solução... 


   GILMAR DE OLIVEIRA 
psicólogo clínico e professor universitário (INESA); 
especialista em Neuropsicologia e Aprendizagem 
e Mestre em Educação e Cultura.
 Endereço eletrônico: gilmardeoliveira@uol.com.br

Fonte:jornaldaeducacao.inf.br/index.php?option=com...Itemid.




           

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