sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS - Parte 1



Em 1969, na Universidade de Stanford (EUA), o Prof. Phillip Zimbardo realizou uma experiência de psicologia social. Deixou dois automóveis idênticos abandonados na via pública, dois automóveis da mesma marca, modelo e até cor. Um  deles no  Bronx,  uma zona pobre e conflituosa de Nova York e o outro em Palo Alto, uma zona rica e tranqüila da Califórnia.

Dois automóveis idênticos abandonados, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipe de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada local.

O automóvel abandonado no Bronx começou a ser vandalizado em poucas horas. Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Enquanto isso, o automóvel abandonado em Palo Alto manteve-se intacto.

É comum atribuir à pobreza as causas de delito.

Atribuição em que coincidem as posições ideológicas mais conservadoras, (da direita e da esquerda). Contudo, a experiência em questão não terminou aí. Quando o veículo abandonado no Bronx já estava desfeito e o de Palo Alto estava a uma semana impecável, os pesquisadores decidiram quebrar um vidro da janela do automóvel de Palo Alto.

O resultado foi que se desencadeou o mesmo processo que o do Bronx, e,  em pouco tempo, o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro pobre do Bronx.

Por que o vidro quebrado no automóvel abandonado num bairro supostamente seguro, é capaz de disparar todo um processo de vandalismo e depredação igual ao acontecido no Bronx?

Não se trata de pobreza. Evidentemente é algo que tem que ver com a psicologia humana e com as relações sociais.




O vidro quebrado num automóvel abandonado transmite a ideia de deterioração, de desinteresse e de despreocupação, como se não houvesse regras ou normas de convivência, como se alguém dissesse: “aqui vale tudo” " Terra de ninguém". E a cada novo ataque ao automóvel, reafirma-se e multiplica-se essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piores se torna incontrolável, desembocando numa desordem total.


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Ao se cometerem 'pequenas faltas' no trânsito (estacionar em lugar proibido, não respeitar a faixa de pedestre, ciclistas na contra mão etc.) e as mesmas não são fiscalizadas e punidas, então começarão as faltas maiores e logo desrespeitos cada vez mais graves, tornando o trânsito num caos.




Considere um prédio com algumas janelas quebradas. Se as janelas não são reparadas, a tendência é para que vândalos quebrem mais janelas. Ou um passeio,  algum lixo acumula-se e não é recolhido. Depois, mais lixo é acumulado. Habitualmente, as pessoas começarão a deixar mais sacos de lixo. 



Essa é uma teoria interessante e pode ser comprovada em nossa vida diária, seja em nossa Cidade,  em nosso Bairro, ou em nossa Rua onde moramos.

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Experiências posteriores
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