Por: Dr. Drauzio Varella
Os americanos identificaram os primeiros casos de gripe
causados por um vírus de origem suína caracterizado como H1N1, nos quais havia
uma combinação de genes, que até então não
tinha sido identificada em infecções humanas: o vírus S-OIV.
Acabam de ser publicadas as características dos pacientes
americanos que adquiriram essa gripe. Conhecê-las pode ser útil neste momento
em que o vírus se espalha entre nós.
É possível que as crianças e os adultos jovens sejam
realmente mais suscetíveis ao S-OIV ou que a interação social entre esses
grupos retarde o acometimento dos mais velhos. Pode ser, ainda, que estes
apresentem certo grau de proteção cruzada adquirida à custa de anticorpos
resultantes de infecções anteriores por outros vírus influenza H1N1.
Sintomas
Os sintomas mais comuns foram febre (94% dos casos), tosse
(92%) e dores de garganta (66%). Além deles, diarreia e vômitos, queixas raras
nas gripes sazonais, estiveram presentes em 25% dos casos.
A disseminação ocorre principalmente através das gotículas
expelidas na tosse e nos espirros, do contato com as mãos e objetos manipulados
pelos doentes e do contato com material gastrointestinal, nos casos em que há
diarreia e vômitos.
O período de incubação vai de 2 a 7 dias.
A transmissão pode ocorrer antes de aparecerem os sintomas.
Ela se dá pelo contato direto com os animais ou com objetos contaminados e de
pessoa para pessoa, por via aérea ou por meio de partículas de saliva e de
secreções das vias respiratórias.
A maioria dos pacientes pode espalhar o vírus do primeiro
dia antes da instalação dos sintomas a 7 dias depois de seu desaparecimento.
Entretanto, em crianças pequenas e em adultos com o sistema imunológico
debilitado esse período pode ser mais longo.
Os grupos com maior risco de desenvolver complicações são as
crianças com menos de 2 anos, mulheres e homens com mais de 65 anos, crianças
ou adultos portadores de doenças crônicas e as mulheres grávidas.
A prevenção é feita com o isolamento domiciliar dos doentes.
Os cuidados com as secreções respiratórias são de importância decisiva.
Pacientes e contatuantes devem lavar as mãos com água e sabão com muita
freqüência, porque essa medida simples reduz o risco de infecção e de
transmissão.
É de extrema importância evitar a automedicação. O uso dos
remédios sem orientação médica pode facilitar o aparecimento de cepas
resistentes aos medicamentos.
Perigos da gripe
Gripes podem levar à morte, esteja ela relacionada com a
doença propriamente dita ou em consequência de complicações, como a pneumonia e
as infecções disseminadas. Essas mortes ocorrem todos os anos.
Recomendações
Para proteger-se contra a infecção ou evitar a transmissão
do vírus, o Center Deseases Control (CDC) recomenda:
* Lavar frequentemente as mãos com bastante água e sabão ou
desinfetá-las com produtos à base de álcool;
* Jogar fora os lenços descartáveis usados para cobrir a
boca e o nariz, ao tossir ou espirrar;
* Evitar aglomerações e o contato com pessoas doentes;
* Não levar as mãos aos olhos, boca ou nariz depois de ter
tocado em objetos de uso coletivo;
* Não compartilhar copos, talheres ou objetos de uso
pessoal;
* Suspender, na medida do possível, as viagens para os
lugares onde haja casos da doença;
* Procurar assistência médica, se o doente pertence a um
grupo de risco e se surgirem sintomas que possam ser confundidos com os da
infecção pelo vírus H1N1 da influenza tipo A. Nos outros casos, permanecer em
repouso e tomar bastante líquido para garantir a boa hidratação.
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