O Brasil é um país onde o cumprimento das leis ainda sofre
uma série de problemas estruturais. Ao invés de observarmos o cumprimento
daquilo que é determinado, vemos que nossas leis acabam se enfraquecendo pela
falta de fiscalização ou pelo fato dessa tal lei “não ter pegado” entre a
população. Pior ainda é saber que a posição social dos indivíduos também
determina o cumprimento ou não daquilo que nossos extensos códigos dizem.
Vez ou outra, observamos que importantes figuras políticas
são processadas e acusadas por crimes de corrupção que podem lhes custar a
carreira e a própria liberdade. Provas são reunidas, indícios organizados e
discussões feitas para se falar sobre o caso. Geralmente, quando as medidas
legais demoram a ser aplicadas, vemos que sempre aparece algum tipo de
subterfúgio que salva o acusado. Logo, os populares e os meios de comunicação,
bradam que tudo “acabou em pizza”.
Para quem não sabe, essa expressão foi criada por um
jornalista esportivo chamado Milton Peruzzi, que trabalhava na Gazeta
Esportiva. Tudo começou na década de 1950, quando uma série de conturbações
gerou uma grave crise entre os dirigentes da Sociedade Esportiva Palmeiras. O
caso era tão grave que uma reunião de mais de quatorze horas foi realizada para
que as questões do time de futebol fossem resolvidas de uma vez por todas.
Em uma reunião tão longa assim era normal que a fome
acabasse incomodando aquele bando de cartolas nervosos. Foi então que, pela
praticidade e a própria descendência italiana dos dirigentes, eles fizeram um
pedido de dezoito pizzas gigantes, muito chope e vinho para sustentar aquela
jornada de debates. Ao fim do bate-boca e da comilança, parece que tudo chegou
a um acordo. Dado o desfecho, Milton Peruzzi publicou uma notícia com o
seguinte título: “Crise do Palmeiras termina em pizza”.
Por Rainer Sousa - Mestre em História - Equipe Brasil Escola
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